'Chamei ajuda, não para matar meu filho, e foi o que aconteceu', diz mãe de homem morto por PM durante surto em Porto Alegre
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Polícia investiga morte de homem durante ocorrência da polícia
A mãe do homem com esquizofrenia que morreu baleado por policiais militares em Porto Alegre afirma que ele estava em surto psiquiátrico e que precisava de ajuda médica. Evolmara Vargas acionou a Brigada Militar ao perceber que Herick Cristian da Silva Vargas, 29 anos, estava exaltado.
"Chamei ajuda, não para matar meu filho, e foi o que aconteceu. Atiraram no rosto dele, não sei quantos tiros. É um guri jovem", lamentou.
O caso aconteceu na segunda-feira (15) e a morte é investigada pela Polícia Civil e pela própria Brigada Militar.
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A BM sustenta que os policiais teriam tentado conter o homem por meio de verbalização e com o uso de uma arma de incapacitação neuromuscular (taser). O equipamento teria sido acionado duas vezes, mas não teve efeito. Ainda conforme a Corporação, Herick teria continuado a investida contra os agentes, o que levou ao uso de arma de fogo.
"A ação começa com uma conversa e depois há uma luta corporal. O rapaz se aproxima dos policiais e há, então, a utilização da arma de incapacitação neuromuscular do policial. Ao final, então, houve o uso da arma de fogo", relata o comandante do 20º BPM, tenente-coronel Tales Américo Osório.
A perícia vai apontar quantos tiros atingiram Herick. A família afirma que os disparos atingiram a cabeça do homem.
IPM e Polícia Civil vão apurar se houve excesso
A Brigada Militar informou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso e que a ocorrência foi registrada pelas câmeras corporais nos uniformes dos soldados.
A Polícia Civil também apura se houve excesso na ação dos PMs. Preliminarmente, o delegado Carlos Assis diz que houve "uso moderado da força".
"Com base nas análises das imagens, bem como o depoimento dos envolvidos, das testemunhas, inclusive a mãe, eu cheguei à conclusão de que os policiais fizeram uso moderado da força. Eles tinham uma pistola não letal que foi utilizada, não foi suficiente", afirma o delegado.
Herick Cristian da Silva Vargas, morreu após ser baleado pela Brigada Militar
Arquivo pessoal
Evolmara Vargas e Paulo Ricardo Vargas, pais de Herick Cristian da Silva Vargas
Reprodução/ RBS TV
O que diz a Brigada Militar
"Na tarde desta segunda-feira (15/09), policiais militares do 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM) atenderam uma ocorrência de violência doméstica no bairro Parque Santa Fé, em Porto Alegre.
No local, a mãe relatou que seu filho, de 29 anos, era esquizofrênico, teria feito uso de cocaína e estava agressivo, tendo a agredido e ameaçando tirar a própria vida. A equipe tentou conter a situação por meio da verbalização e com dois disparos de arma de incapacitação neuromuscular (TASER), que não surtiram efeito.
O indivíduo continuou investindo contra os policiais. Diante da gravidade da ação e não sendo possível conter o indivíduo por meio da verbalização nem da arma de incapacitação neuromuscular, foi feito o emprego de arma de fogo. O indivíduo foi atingido.
Foi acionado o SAMU de imediato, mas homem veio a óbito no local. Um policial militar sofreu ferimentos durante a ação.
A ocorrência foi registrada com o uso de câmeras operacionais portáteis e os fatos já estão sendo apurados pelas autoridades competentes. De imediato foi instaurado o devido Inquérito Policial Militar para investigação minuciosa da ocorrência. A área foi isolada para os trabalhos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e da Polícia Civil."
Herick Vargas tinha quadro de esquizofrenia e foi morto pela BM durante surto
Renan Mattos/Agência RBS
Perícia Criminal do RS atendendo a ocorrência que resultou na morte de Herick Cristian da Silva Vargas
Reprodução/ RBS TV
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